Dados odontológicos dos passageiros enviados ao IML de São Paulo ajudam na identificação dos corpos
O sofrimento pela perda trágica de familiares e amigos, como o causado pelo acidente com o vôo 3054 da TAM, pode ainda ser suplantado pela demora na identificação dos corpos. É nesta etapa do doloroso trabalho, que começa com o resgate das vítimas, que o odontolegista tem papel fundamental e pode dar o desfecho necessário a cada caso, indicando a identidade de cada um.
Para ajudar na identificação das vítimas dessa tragédia, o Departamento Médico-Legal do Rio Grande do Sul está enviando informações odontológicas dos passageiros para o Instituto Médico Legal de São Paulo (IML). Estes dados são fundamentais neste trabalho, pois, conforme explica a perita odontolegista do departamento gaúcho e consultora em Odontologia Legal da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) Susete Zaar Andersen, nas situações em que os corpos são carbonizados, se os dados digitais forem perdidos, os dentes podem fornecer informações importantes.
A partir disso, são feitas inspeções visuais e análises das arcadas dentárias encontradas, comparando-as com as informações cedidas pela família e pelo dentista que tratava da vítima, como localização e tipo de restaurações, uso de próteses, falta de dentes, formato e posição dos dentes, fotos em que estejam sorrindo etc. Também são usados na comparação modelos de gesso da arcada feitos pelo dentista, placas para clareamento dental ou bruxismo e radiografias odontológicas, que indicam se a pessoa tinha feito algum tratamento endodôntico (canal) ou qual a forma e tamanho das raízes dentárias. A identificação ainda pode ser feita através da análise do DNA da polpa dentária (parte interna do dente).
Odontologia em nome da lei – A Odontologia Legal não é importante somente para identificação de carbonizados, como no caso da recente tragédia. Segundo Susete, corpos de vítimas de politraumatismos, ou em adiantado estado de putrefação e ossadas também podem ser identificados pelo trabalho do perito odontolegista. Em casos envolvendo pessoas vivas, este profissional também atua na investigação de casos de lesão corporal, acidentes de trânsito, agressões, entre outros.
Falta de dados dentários – Como o trabalho em Odontologia Legal depende quase exclusivamente das informações fornecidas pelo dentista que atendia a vítima, a consultora da ABO frisa a importância do profissional registrar e arquivar as características bucais do paciente e os tratamentos por que ele passa, para a solução dos casos. “É muito importante o preenchimento completo e com mais detalhes da ficha odontológica e do odontograma. Isso ajuda e facilita muito o nosso trabalho”, afirmou.
Fonte: Associação Brasileira de Odontologia - RS (ABO Notícias)
POSTADO POR: IGOR VINICIUS DE SIQUEIRA
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