A própolis é uma resina que as abelhas coletam de várias partes das plantas, enriquecem com secreções das glândulas salivares e depositam em seus ninhos, com a finalidade de impedir a entrada de ar frio e de microrganismos, além de tornar o ambiente asséptico na colmeia. É formada por aproximadamente vinte compostos. Geralmente contém 50% de resina, 40% de cera e 10% de substâncias voláteis.
A substância produzida pelas abelhas é objeto de vários estudos que correlacionam suas propriedades com a capacidade de beneficiar a saúde dos humanos. Muitos deles avaliam a sua possível ação regenerativa de tecidos, cartilagens, polpa dental e ossos; a eficiência na recuperação de pele com queimaduras; a ação preventiva da úlcera gástrica e como hepatoprotetora (no caso de mau funcionamento do fígado em consequência de bactérias, vírus ou ingestão de álcool).
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizam diversos estudos utilizando a própolis em busca de melhorias na saúde bucal. Entre eles, foram feitos testes com diferentes extratos de própolis disponíveis nos mercados regionais com o objetivo de combater microorganismos bucais causadores de cáries. Os pesquisadores concluíram que a própolis realmente auxiliou no processo. Ela foi eficiente e não apenas ajudou a controlar, mas também a matar algumas bactérias. A substância destacou-se pela eficiência como antibiótico natural, dizem os pesquisadores.
Outro foco das pesquisas foi avaliar a ação de um gel e de um enxaguante bucal à base de própolis, com o objetivo de prevenir a cárie em voluntários com alta susceptibilidade ao problema, seja por características genéticas, questões sociais ou hábitos de higiene. Antes da utilização destes produtos, os voluntários apresentavam entre 100 milhões e um bilhão de Streptococcus mutans na boca, número suficiente para causar cáries. Após 20 dias utilizando os produtos, este número caiu para algo entre 10 mil e 100 mil. “Dessa forma, é possível fazer um controle efetivo, permitindo que essas pessoas possam até mesmo sair do grupo de elevada susceptibilidade. Algumas mulheres fazem esse tratamento antes da gravidez para evitar que os filhos também sejam afetados pelo problema”, afirma Vagner Rodrigues Santos, chefe dos estudos.
Um alerta dado pelos pesquisadores é que a própolis pode causar escurecimento dos dentes quando a resina fica depositada em sua superfície. Para evitar o problema é importante que exista uma boa escovação. A população precisa ficar atenta ao adquirir produtos à base de própolis para a saúde bucal, pois altas concentrações podem escurecer os dentes. O ideal é que a concentração de própolis varie de 5% a 10%, tanto no creme quanto no gel dental, informa Vagner Santos.
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