sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pesquisa discute diferenças de prevalência de fissuras labiais e palatais em crianças.

      Resultados mostram taxas similares de fissuras lábio-palatais e de fissuras labiais isoladas, e um acometimento maior de fissuras lábio-palatais em caucasianos do sexo masculino.



      As fissuras labiais e palatais representam hoje 65% de todas as anomalias de cabeça e pescoço e podem ser encontradas isoladamente ou associadas a outros fatores, como parte de síndromes. Somente no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo estima-se uma prevalência de fissuras de 0,19 para cada mil nascidos vivos, com maior predomínio entre as mulheres. Nesse sentido, Paulo Rogério Bonan e equipe da Universidade Estadual de Montes Claros resolveram analisar a prevalência de fissuras orais não-sindrômicas em crianças que receberam tratamento no Centro de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade José do Rosário Vellano, em Alfenas (MG).
      De acordo com artigo publicado no número quatro da revista Brazilian Oral Research, “todos os dados epidemiológicos do estudo foram obtidos dos arquivos de 126 pacientes pediátricos com fissuras orais sem outra malformação adicional que compareceram ao Centro para tratamento entre 2000 e 2005”.
      O predomínio das fissuras foi observado em caucasianos e a relação entre homens e mulheres foi de 1,3. Os homens foram 2,57 vezes mais atingidos por fissuras lábio-palatais do que as mulheres. Segundo os pesquisadores, “as fissuras lábio-palatais com prevalência de 39,68% e as fissuras labiais isoladas com prevalência de 38,09% foram as anomalias mais comuns, seguidas por fissuras palatinas isoladas. As lábio-palatais completas e unilaterais (26,19%) foram as de maior prevalência, seguidas pelas labiais isoladas incompletas e unilaterais (23,81%)”.
      De acordo com os especialistas, o trabalho mostrou a experiência de um hospital de referência em Minas Gerais; contudo, a verdadeira prevalência de fendas orais ainda é desconhecida. “Nossos achados divergem dos de alguns poucos estudos anteriores por demonstrar prevalências similares de fissuras lábio-palatais e de fissuras labiais isoladas, e um acometimento maior de fissuras lábio-palatais em caucasianos do sexo masculino, sendo necessários outros estudos para melhor dimensionar o problema no país. Além disso, é fundamental o estabelecimento de um registro nacional de fissuras para assegurar um protocolo de confiança dos pacientes com essas anomalias congênitas”.

Agência Notisa





Postado por: Márcio Robson.

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